quarta-feira, 3 de março de 2010

O meu maior medo é o de morrer.

O meu medo de morrer é tão grande que ele me impede de viver e tudo parece tão distante e difícil e muito assustador para perceber uma saída racional. Quanto mais força eu peço a Deus para tentar me entender mais me parece que ele acha engraçado.

Hoje em dia eles dão nome para tudo, só para o meu problema já recebi uns quatro. Mas superei todos os diagnósticos, venci praticamente todas as barreiras que essa conspiração universal colocou em meu caminho, contudo essa dor, esse sentimento de vazio, essa sensação de morte, a ideia do ultimo suspiro que me assusta tanto e acredito ser bem próxima da qual todos nos um dia vamos sentir. Essa... Essa eu ainda não venci.

Faz um bom tempo que eu não sei o que é cair nas graças de Morfeu e sempre quando consigo dormir o mesmo pesadelo me persegue.

Eu deitado em um caixão. Totalmente esquecido e adormecido quando, de repente, acordo e me vejo nesse quarto minúsculo e condenatório, a sete palmos do chão tendo que aguardar que o ar acabe, e assim eu possa morrer pela segunda vez.

Dizem que é tudo uma questão de gratidão.
Muito Obrigado.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Crianças são crianças

E por isso eu morro de medo do que as espera na próxima esquina.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Carnaval.

Finalmente o Carnaval. De sexta a quarta ninguém passa fome, morre ou mata e ninguém vai lembrar dos coitados, e depois de uma semana a gente vai continuar sem lembrar, e tudo continua seguindo o plano. Porque a gente nunca deixa de viver o Carnaval.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Meu coração está em divida e agora pede concordata.

Não complico as coisas, sei bem o que eu quero. Não viver é fácil, principalmente tentando fazer o difícil. Mas me sinto sozinho em uma bola com 6 milhões de animais(é agora que eu acendo um cigarro e escuto aquela musica).
Poderia botar toda a culpa da minha infelicidade na pessoa mais próxima, eu. Seria um cliché. Maior cliché seria tentar fazer diferente de meus irmãos. Aprendo e rápido com os erros de todos ao meu redor, mas observo e penso: eles são felizes! Todos somos. No fundo, todos somos. Cada virgula que eu dou é um passo atrás pro que chamamos de tentar ser feliz.
To cansado de procurar tudo o que dizem trazer felicidade.
Dinheiro, dinheiro não traz felicidade. Dinheiro é matéria bruta, bem necessário e fundamental para nossa sobrevivência.
Sobreviver! Foi para isso que eu nasci? Estou fazendo bem, e olha que nem precisa ir a escola para isso! Escola. Escola, o que a gente aprende nela? Nem sobreviver eles ensinam! Aprendo mais vendo TV, a Discovery ensina a sobreviver.
Poderia dizer que o amor é o principal caminho para a verdadeira felicidade. Quantos poetas, sábios no seu tempo, filósofos e adolescentes bêbados não fracassaram em tentar entende-lo. Seria mais um deles?
Melhor seria se voltasse-mos a viver em quatro patas. Começo a acreditar que só eles sabiam e sabem o que era viver. Seja ela(essa coisa que a gente chama de vida) em uma sociedade matriarcal ou patriarcal. Homens e mulheres não pensavam duas vezes, eram guiados por uma coisa maior, maior que um Deus ou um ideal. Viviam de instinto. Ideia bonita e perdida. Eu não precisaria mostrar o que ou quem eu sou, o meu cheiro junto com o dela já seria o suficiente, nos faria-mos dez filhos e não precisaria-mos de nada alem do básico para viver. O fato é que eu nasci na era errada. E nem qualquer escola ou dinheiro do mundo ira me ensinar a viver. Viver para o meu animal é um conceito totalmente abstracto, e eu não estou disposto a perder a minha vida para tentar entende-la.

Nesse momento: "Amor próprio seria suicídio."

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Vícios e Virtudes

O glamour, as cores e o brilho se foram, só lhe restaram os vícios e a abstinência, sua mão agora só criava bonecos de palito.

Condenado a ver seus filhos repetiram os seus erros; mais primitivos. É triste ver todos os amigos indo embora e você ali parado, estagnado, estancando dores do passado.

É triste ver alguém que não consegue aprender e não entende a necessidade de crescer.

Eu tentei fazer você enxergar, mas você sempre me respondia: Eu vivo da experiência!

Brincando de cientista com o monstro que é a vida.

Quinze anos passaram e eu não via você nem nos meus sonhos.

Sentando atrás de um jornal, um cigarro e um café, perto da catedral. Um anel com brilho dourado. Uma filha, a coisa mais linda.

-Quanto tempo já havia se passado?

O nome dela era Sofia, tinham se conhecido em uma das suas buscas por alegria. Ele dizia o quanto essa mulher o completava e falava do seu trabalho, das crianças e dos sonhos realizados. E eu impressionado com a cor dos seus olhos e o brilho da sua pele.

Mais quinze anos se passaram e nunca mais ouvi falar dele.

Foi quando o meu monstro me levou pelos braços, o único vicio que conservei daquele tempo foi o meu carrasco.

No meu leito, pensando em tudo que tinha feito e todas as coisas que abri mão de fazer por medo ou receio do resultado. Não tive uma vida ruim, mas ainda me lembro das minhas últimas palavras:

Maldita a sorte daquele bastardo.